Greve/TAP: Pires de Lima diz que foi a paralisação com menos adesão de sempre

O ministro da Economia, António Pires de Lima, considerou hoje que a TAP nunca teve uma greve com adesão tão baixa como a que os pilotos terminaram no domingo.  

"Nunca uma greve na TAP teve uma adesão tão baixa. Agora cada um que tire as suas conclusões e aceite as devidas consequências. Apesar da irresponsabilidade da direcção do SPAC (Sindicato dos Pilotos) a TAP continuou a voar", disse Pires de Lima em conferência de imprensa.

O ministro admitiu, no entanto, que a greve de 10 dias causou "prejuízos financeiros substanciais", tendo em conta as receitas perdidas, de quase 25 milhões de euros, e os custos de dormidas, refeições e outras despesas de encaminhamento, no valor de mais de 10 milhões de euros.

Os pilotos da TAP e da Portugália cumpriram 10 dias de greve (entre o 1.º de Maio e domingo) por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em Dezembro de 2014, nem um outro estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização. 

Segundo Pires de Lima, a TAP conseguiu efectuar, além dos 278 voos estipulados nos serviços mínimos, 1.739 voos ao longo dos 10 dias de paralisação e o grupo TAP efectuou um total de 2.017.

"A marca TAP realizou 80% dos voos programados e no conjunto do grupo TAP foram assegurados 70%. Mais de 80% das pessoas que tinham confiado a sua viagem à TAP chegaram ao seu destino", disse o ministro.

Segundo o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), ao longo dos dez dias de paralisação foram cancelados, em média, 50% dos voos originalmente planeados.

O ministro da Economia considerou ainda que "a normalidade voltará rapidamente à TAP" mas "a confiança abalada terá de ser recuperada gradualmente".

Pires de Lima disse não acreditar na possibilidade de uma nova greve, já admitida pelo sindicato dos pilotos.

"Seria totalmente impensável", afirmou lembrando que a maioria dos pilotos da TAP se demarcou da greve que terminou domingo.

O ministro defendeu que a privatização da TAP é a única forma de recapitalização da empresa de modo a assegurar a sua sustentabilidade futura e o seu crescimento.

Entretanto, o SPAC emitiu um comunicado ao fim da tarde de hoje a prometer "desenvolver todas as diligências necessárias e suficientes para congregar forças alargadas que se oponham a este opaco e desastroso processo de privatização".

Lusa/SOL