PSD e CDS disponíveis para acatar sugestões dos media na lei da cobertura eleitoral

Em contra-relógio para as próximas legislativas, a maioria tenta encontrar uma solução para a lei que define as regras da cobertura mediática das campanhas eleitorais. Amanhã, Luís Montenegro e Nuno Magalhães vão reunir para tentar encontrar uma fórmula que conte com o apoio dos órgãos de comunicação social, depois de na semana passada 20 directores…

“Vamos tentar incorporar as sugestões da Plataforma de Media Privados”, revelou ao SOL uma fonte da maioria parlamentar, explicando que a ideia é ir mais longe do que a vaga consagração da liberdade de expressão, como chegou a ser noticiado.

“Vamos tentar integrar outros contributos”, garante a mesma fonte, escusando-se a entrar em pormenores por ser um assunto que está ainda a ser negociado entre PSD e CDS.

Entretanto, esta terça-feira à tarde um grupo de representantes dos directores de órgãos de comunicação social foi recebido pelas direcções das bancadas parlamentares de PSD e CDS.

A ideia da maioria é acelerar o processo, apresentando entre quarta e quinta-feira uma nova versão da proposta que na semana passada fez cair já o polémico visto prévio e a comissão mista, que foram alvo de forte contestação pelos media.

Luís Nazaré, da Plataforma de Media Privados, já afirmou, contudo, recear que o processo legislativo não avance a tempo das próximas legislativas. “Mantemos o cepticismo relativamente à adequação do projecto e àquilo que os partidos possam fazer em tempo útil”, disse esta terça-feira ao Diário Económico.

Recorde-se que a Plataforma de Media Privados reuniu, a seu pedido, com o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, na última quinta-feira, num encontro, onde também estiveram também Francisco Pinto Balsemão, da Impresa, e Daniel Proença de Carvalho, presidente do Global Media Group.

A proposta apresentada pela maioria incluía a distinção entre a cobertura mediática feita nos período de pré-campanha e campanha, exigindo maior rigor no tratamento igual das candidaturas no período de pré-campanha. Uma solução que, na prática, mantém a impossibilidade de realizar debates televisivos nessa altura, ao obrigar a que neles estejam representados todos os candidatos.

“Esta nova proposta está ainda longe de garantir aos cidadãos a existência de um jornalismo livre e independente de restrições políticas e administrativas inadmissíveis em democracia”, reagiram na altura 20 directores de órgãos de comunicação social, num comunicado que saudava o facto de a maioria ter eliminado da sua proposta a obrigatoriedade de os media submeterem a uma comissão formada pela ERC e pela CNE um plano prévio de cobertura eleitoral.

margarida.davim@sol.pt