Segundo a proposta de lei, os maços de tabaco passam a ter uma fotografia a cores em ambos os lados, de uma lista de imagens onde figuram, por exemplo, um bebé com uma chupeta e cigarro na boca, um bebé numa incubadora, uma criança junto a uma lápide num cemitério ou um casal junto a um caixão de criança.
O deputado do PS José Junqueiro considerou que o uso de imagens de "desproporcionada violência psicológica pode constituir um 'bullying' social perverso".
Também o PCP manifestou dúvidas quanto à eficácia da adopção desta medida, considerando até que pode ser facilmente contornada pelos fumadores com a "aquisição de bolsas ou recipientes para o tabaco".
Na mesma linha, a deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, duvidou da utilidade das imagens chocantes, prevendo que possam até ter o efeito contrário do que é pretendido.
"Será que este radicalismo chocante é dissuasor?", questionou.
Sobre as imagens a aplicar nos maços, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, lembrou que as fotografias resultam da própria directiva europeia que a proposta de lei pretende transpor.
"E ainda bem que [as imagens] são chocantes, porque a realidade é mesmo essa, é bem chocante", afirmou, aludindo aos perigos do tabaco para a saúde.
Mesmo antes desta intervenção do secretário de Estado, já a deputada do CDS Isabel Galriça Neto sublinhara que as fotografias propostas são "apenas uma pálida imagem da realidade".
"Se algumas imagens nos podem chocar, não nos pode chocar menos a realidade", disse.
Lusa/SOL