“Temos homem. Agora resta saber para o quê e para onde”, resume na mesma linha um destacado social-democrata.
Apoiantes do ex-autarca sustentam que mesmo avançando para Belém e não saindo vencedor dessas eleições a carreira política de Rio não terá chegado ao fim: “Perder não é necessariamente o fim de nada”, reforça um desses elementos que não descarta a possibilidade de, num cenário desses, Rio ainda poder avançar para a liderança do PSD.
“Concordo. Quantas vezes Mitterrand concorreu antes de ganhar? Ou Mário Soares?”, diz outro companheiro de longa data do ex-presidente da câmara do Porto.
Na última semana, Rio esteve particularmente debaixo dos holofotes. Na passada sexta-feira apresentou a sua biografia Rui Rio – De corpo inteiro, em Famalicão. E no dia seguinte participou no programa Alta Definição, da SIC, em que levantou um pouco mais o véu sobre o seu lado pessoal e mostrou um sentido de humor apurado, mantendo o tabu sobre Belém. Em resposta à provocação do apresentador que lhe perguntou se votaria nele próprio para Presidente, Rio limitou-se a um sorriso rasgado: “confio nele”, tanto para a Presidência da República como para a “presidência do condomínio, a junta de freguesia ou o cargo de primeiro-ministro”. “Isto se ele se candidatasse, claro”, ressalvou.
Nesse mesmo dia Rio juntou-se a Marcelo Rebelo de Sousa, outro proto-candidato da área do centro direita, numa conferência promovida pela JSD em Santa Maria da Feira. À margem da iniciativa, o ex-presidente da Câmara do Porto disse aos jornalistas que “o próximo Presidente da República tem que atender mais à reforma do regime” do que os seus antecessores. E reforçou que o sucessor de Cavaco Silva “tem de ter uma zona de acção mais interventiva em torno das grandes reformas que o regime precisa”, sendo esta intervenção “no sentido de influenciar – não é fazer porque não tem essa capacidade”. Ontem, foi a vez de ver lançado o livro Rui Rio – Raízes de Aço, da autoria do psiquiatra e seu amigo Carlos Mota Cardoso, que traça o seu perfil psicológico.
*com Manuel Agostinho Magalhães