Programa do PCP: um best of da esquerda

O PCP apresentou na passada segunda-feira os objectivos e eixos essenciais do programa eleitoral com que se apresenta às legislativas de Outubro. Os comunistas insistem na reposição imediata dos salários dos funcionários públicos – proposta comum ao PS – e no aumento do salário mínimo para 600 euros já em 2016.

A aproximação ao programa socialista não fica por aqui. O PCP, tal como o partido liderado por António Costa, defende a redução do IVA cobrado na restauração, de 23% para 13%, e propõe ainda a redução da taxa normal deste imposto (sem quantificar o valor) e o alargamento da aplicação da taxa reduzida ou intermédia a bens e serviços essenciais. O PCP quer ainda a introdução de um novo imposto sobre transacções financeiras e património mobiliário e o fim das taxas moderadoras.

Sobre a dívida pública, os comunistas defendem uma renegociação de pelo menos 50% ou mais, bem como a renegociação simultânea dos prazos e dos juros correspondentes, tal como o BE propõe.

Com a privatização da TAP na agenda do Governo, o partido liderado por Jerónimo de Sousa é a favor da manutenção da companhia aérea nacional no sector público, alicerçada numa recapitalização da empresa por via do Estado, e pretende a nacionalização de outras empresas estratégicas para o país que entretanto já foram parar às mãos de privados.

O BE também defende uma companhia aérea de bandeira nas mãos do Estado, enquanto o PS reivindica a suspensão imediata da privatização da TAP.

ricardo.rego@sol.pt