"Estamos a desperdiçar a nossa maior riqueza: as pessoas, os jovens qualificados, tudo aquilo que verdadeiramente nos pode fazer sair da crise em que estamos. É uma realidade inaceitável, absolutamente intolerável, que não pode deixar nenhum de nós indiferente. É um desperdício provocado por políticas cegas, de vistas curtas, sem inteligência e sem capacidade de compreender e antecipar o futuro", considerou Sampaio da Nóvoa por telefone em declarações à agência Lusa a partir de Brasília.
O ex-reitor da Universidade de Lisboa participa hoje nas comemorações do 10 de Junho organizadas pela Embaixada de Portugal no Brasil e, na sexta-feira, irá receber um doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Brasília.
A língua portuguesa, advogou, é um dos "principais patrimónios" do país, "no plano cultural, certamente, mas também no plano económico e no plano político".
"A ideia da língua portuguesa marca muito esta minha estadia em Brasília", prosseguiu Sampaio da Nóvoa, lamentando logo de seguida o "drama da emigração forçada".
Aquela situação foi "sempre o pior" da história de Portugal e agora é "infelizmente" o presente do país.
"Falta visão e liderança, capacidade de mobilização dos portugueses feita com confiança e esperança. É para isso que me candidato a Presidente da República, para juntar, unir os portugueses em torno de causas maiores", reforçou.
No próximo 10 de junho, e se for "por vontade e eleição dos portugueses" Presidente da República, Sampaio da Nóvoa apresentará palavras em torno do seu projeto de união em torno um país "desenvolvido, pátria de igualdade, capaz até – estranhamente para alguns – de acolher jovens de outros países", uma "terra de acolhimento e oportunidade".
O ex-reitor da Universidade de Lisboa, de 60 anos, apresentou a sua candidatura presidencial a 29 de abril, no Teatro da Trindade, na capital.
Nascido em Valença, no Minho, conta com o apoio dos três antigos presidentes da República – Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio -, que estiveram nas cerimónias de apresentação da sua candidatura em Lisboa ou no Porto.
O antigo reitor ganhou visibilidade mediática quando presidiu às comemorações do Dia de Portugal em 2012, faz hoje três anos.
Sampaio da Nóvoa dedicou então as primeiras palavras do discurso do 10 de Junho aos portugueses desempregados a viver "situações de dificuldade e de pobreza".
Lusa / SOL