Antecipando um resultado mais modesto do partido, alguns dirigentes socialistas têm vindo a desdramatizar um cenário sem maioria absoluta. Em entrevista ao SOL, o número dois na Câmara de Lisboa, Duarte Cordeiro, não excluía a possibilidade de o PS governar em maioria relativa. E o líder parlamentar, Ferro Rodrigues, admitiu, numa entrevista à Sábado, que alcançar a maioria absoluta “não é fácil”.
Costa, que logo após ter sido consagrado líder do PS, em Novembro, começou por pedir uma maioria absoluta, tem moderado o discurso nas últimas semanas. Em meados de Maio, o secretário-geral passou a falar numa “maioria clara” como essencial para Portugal contrariar as recomendações do FMI. Mas no fim do mesmo mês, Costa já dizia que se o PS “tiver um governo minoritário não vai ser o diabo”.
Na Convenção do partido, o primeiro grande momento de arranque para a campanha eleitoral, Costa preferiu não falar em maioria absoluta. Recuperou antes o legado de António Guterres, que nunca conseguiu esse objectivo. Só o histórico socialista Manuel Alegre disse que o PS tem que “lutar pela maioria absoluta” e avisou que as eleições ainda não estão ganhas.
O parceiro que Costa já apontou como preferencial para uma aliança, o Livre, não deverá ter um resultado suficiente. Por isso, a doutrina divide-se entre os socialistas que sugerem um novo Bloco Central e os que piscam o olho à esquerda.