MP acredita que empresas de Santos Silva lucraram 24 milhões

Os investigadores da operação Marquês acreditam que as empresas de Carlos Santos Silva terão “beneficiado, entre 2005 e 2014”, de 24 milhões de euros com os concursos públicos que o Grupo Lena ganhou durante os governos de Sócrates. 

Por outro lado, será esse aumento de adjudicações ao grupo de Leiria – que o MP acredita terem sido conseguidas mediante “actos de governo favoráveis” – que estará na base das transferências feitas pelo arguido Joaquim Barroca, administrador daquele grupo, para as contas de Santos Silva. 

Segundo o acórdão da Relação que na quarta-feira rejeitou o recurso da defesa de Sócrates sobre a especial complexidade do processo – e que o SOL revelou hoje na sua edição impressa – tudo foi planeado para não se perder um tostão: além da adesão de Santos Silva por duas vezes aos RERT (regimes extraordinários de legalização de capitais no estrangeiro), criados nos governos de Sócrates, as suspeitas de benefícios ao empresário estendem-se ainda à Covilhã. 

Neste acórdão, o MP diz ainda que existem indícios de “esquemas de fraude fiscal” por parte de Santos Silva, que domiciliou “ficticiamente” as suas empresas “no interior do país, mais propriamente na Covilhã, para obter o benefício de um tratamento fiscal mais favorável”. 

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