"Paulo Portas no seu estilo dizia ontem (sábado) que nós estivemos doentes e agora tivemos alta e agora é que vai ser o caminho do progresso e do desenvolvimento, pois Paulo portas esqueceu-se que nestes quatro anos muitos portugueses viram a sua vida desgraçada, continuam em baixa", afirmou, em Bragança.
Jerónimo de Sousa enumerou de seguida os "260 postos de trabalho (que) foram liquidados, o surto de emigração que do país quase meio milhão de portugueses, ou seja 10 por cento da população ativa".
Prosseguiu vincando que "estão de baixa e não tiveram alta esse 800 mil portugueses a acrescentar aos dois milhões que hoje incorrem no risco de pobreza".
"Não tiveram alta aqueles que foram ofendidos nos seu direitos fundamentais da saúde, da proteção social, da educação, não tiveram alta aqueles que viram os seus salários cortados, as suas reformas cortadas ou, pelo menos congeladas, esses não tiveram alta, esses continuam a sofrer os efeitos da política de direita", afirmou.
O secretário-geral do PCP referiu-se depois ao distrito de Bragança, onde falava, para afirmar que também nesta região "as consequências estão bem visíveis, onde foram encerrados centenas de serviços públicos que tornaram a vida dos transmontanos mais difícil, empurrando muitos para a emigração forçada para o litoral e cada vez mais para o estrangeiro".
Jerónimo de Sousa responsabilizou o atual Governo PSD/CDS-PP, mas também o PS pela política que está na origem do encerramento de dezenas de serviços públicos.
O líder comunista antevê que na campanha para as legislativas de outono, o país vai assistir "a uma campanha de dissimulação com o Governo a dizer que os portugueses fizeram muitos sacrifícios, mas que agora já estamos no bom caminho".
O balanço que o PCP faz "é que hoje o país (está) mais endividado, mais dependente do estrangeiro, com mais desemprego, com mais emigração, com mais pobres, com mais injustiças e mais desigualdades".
Jerónimo de Sousa falava no comício de apresentação da lista de candidatos às legislativas encabeçada, em Bragança, pelo gestor Jorge Humberto Fernandes.
A CDU nunca elegeu deputados pelo círculo eleitoral que tem três lugares na Assembleia da República ocupados por PSD e PS.
Nas legislativas de 2011 a coligação composta pelo PCP e "Os Verdes" obteve menos de 2,6 por cento da votação.
Lusa/SOL