Pires de Lima critica políticos que prometem o que não podem dar

O ministro da Economia, António Pires de Lima, defendeu hoje uma “política sem disfarces” e criticou aqueles que prometem o que não podem dar “na esperança de conquistarem um lugar” no Governo.

Em declarações aos jornalistas, em Lamego, sobre o facto de o primeiro-ministro, Passos Coelho, ter dito que nos próximos quatro anos não haverá margem para baixar o IVA, Pires de Lima considerou que, independentemente da opinião que cada um tenha sobre este assunto, "o que é importante neste momento é que os políticos sejam verdadeiros, honestos, rigorosos".

"É muito excecional termos um político, candidato a primeiro-ministro, que não procura iludir os portugueses, que diz quais são as prioridades de forma clara", afirmou, à margem da cerimónia de inauguração do hotel Six Senses Douro Valley.

O ministro sublinhou a importância de descer o IRC, o que vai beneficiar "todas as empresas, incluindo aquelas que estão na área da restauração", e de "descer gradualmente o IRS", ainda que Passos Coelho tenha admitido que, "na próxima legislatura, provavelmente, não terá condições para mexer no IVA".

No que respeita ao setor da hotelaria e da restauração, Pires de Lima lembrou que "o IVA no setor hoteleiro é de 6%, está na taxa mínima", e o da restauração de 23%.

"Mas, se há setor que tem crescido nos últimos dois anos com a recuperação económica, é o setor da hotelaria e da restauração. Aliás, os dados dos primeiros cinco meses comprovam isso mesmo", realçou.

O governante disse que o crescimento de novas empresas na área do alojamento e da restauração foi de 26% nos primeiros cinco meses do ano, "muito longe dos cenários de catástrofe".

Pires de Lima referiu que "a política é feita de escolhas e, depois das discussões que tinha que haver no Governo, o senhor primeiro-ministro e o senhor vice-primeiro-ministro definiram as prioridades".

"Não acha que é importante que as pessoas que vivem do seu trabalho possam conhecer os resultados desta melhoria orçamental que o país tem vivido? Não acha realmente prioritário que possamos descer o IRS que atinge todos aqueles que vivem do seu trabalho? Essas foram as prioridades definidas pelo Governo", acrescentou.

Lusa/SOL