“Isso seria completamente absurdo. Se quiser ir à prisão nunca será no dia do comício, senão a notícia é a visita e não o comício”, afirma ao SOL Capoulas Santos, líder da Federação de Évora e cabeça-de-lista ao Parlamento pelo distrito. “Depois de tudo o que Costa tem dito, seria um contra-senso trazer o tema para a campanha. Ser em Évora ou Braga é absolutamente indiferente”, completa.
O líder do PS também já disse que não tem “prevista” qualquer visita a Sócrates, em entrevista à TVI.
Augusto Santos Silva, que como Capoulas Santos, foi governante de Sócrates, concorda com a separação entre a acção de campanha e a solidariedade ao ex-primeiro-ministro. “O que é normal é a caravana não ir. As pessoas que o queiram ir visitar vão”. Se estivesse na organização da campanha, “isso não me dava nenhum problema”, garante Santos Silva.
Já um dos mais próximos do ex-primeiro-ministro, o deputado José Lello (que não foi incluído nas listas de candidatos às legislativas), apela à defesa de Sócrates por parte do partido, quer seja em Évora ou em qualquer cidade. “O PS tem que falar no rigor da Justiça, exigir que se cumpra escrupulosamente e defender o cidadão José Sócrates que é um cidadão inocente”, diz ao SOL. “Évora não tem significado porque José Sócrates é transversal”, conclui.
Em 2011, a campanha do PS em Évora deu que falar pelos autocarros cheios de imigrantes indianos e paquistaneses que rumaram à cidade com o PS, quando muitos nem sabiam falar português. Agora, o risco de manifestações de apoio a Sócrates, por exemplo pelo grupo que tem feito vigílias, poderá ser a polémica da campanha de 2015 por terras alentejanas.