O funeral de uma das três vítimas foi o palco para o início dos confrontos. Dezenas de jovens do campo de refugiados de Jalazoun, Ramallah, atiraram pedras aos soldados que responderam com granadas de gás lacrimogéneo e balas de borracha.
Segundo um responsável palestiniano da segurança, os confrontos ocorreram em vários locais, na sequência de manifestações em reação à violência da véspera.
Este novo ciclo de violência teve início na sexta-feira, quando homens mascarados lançaram 'cocktails' Molotov pela janela de uma casa de uma cidade palestiniana do norte da Cisjordânia ocupada.
Ali Dawabcheh, com apenas 18 meses, morreu queimado. Os seus pais e o seu irmão estão ainda entre a vida e a morte.
Este ataque perpetrado por "terroristas judeus", de acordo com as autoridades israelitas, foi a última de uma longa lista de represálias da extrema-direita israelita.
Entretanto, milhares de pessoas concentraram-se em diversas regiões de Israel em manifestações para mostrar a sua oposição à violência e pedir ao governo que cesse a instigação extremista, depois de ataques à comunidade 'gay'.
Os participantes nos protestos mantiveram um minuto de silêncio para recordar o bebé Alí Darawsha, que morreu na sexta-feira, quando foi incendiada a sua casa na Cisjordânia ocupada, tendo ficado feridos com gravidade os pais e irmão.
"Ódio Assassino" foi o 'slogan' da maior concentração, convocada pela ONG pacifista Paz Agora (Shalom Ajshav), na qual participaram mais de três mil pessoas, na praça Rabín de Telavive.
O chefe da oposição israelita e líder do Partido Trabalhista Isaac Herzog, afirmou: "Choramos pelo bebé e pela família e rezamos a Deus. O terrorismo é terrorismo e ponto final. Os terroristas são terroristas e ponto final. Peço ao povo palestiniano e aos seus dirigentes que façamos a paz".
Dirigindo-se aos setores mais extremistas, Herzog pediu para que façam "um exame de consciência profundo" antes de iniciarem ações de ódio e instigação à violência.
Lusa / SOL