Cabeça de Cubo Mágico

Vivemos num tempo de paradoxo, em que a inteligência emocional se sobrepõe muitas vezes à inteligência intelectual. Isso deve-se ao desenvolvimento constante a que estamos sujeitos, com a quantidade de informação que recebemos e que coloca em confronto o nosso ‘eu’ mais egoísta, com a resiliência que sabemos ser necessária para resolver parte dos problemas…

É por isso que entendo termos cada vez mais semelhanças com o famoso Cubo Mágico. Porque a vida existe e exige da mesma forma. Há os que nunca tentaram e vivem felizes assim, há os que tentaram e desistiram, os que estiveram quase lá mas faltou-lhes ‘um bocadinho assim’ , os que não têm paciência , os que criticam quem consegue por pura inveja, os que não entendem o jogo e os que apostam na dita resiliência e são recompensados no final, pela magia do momento.

Essa é a razão pela qual poucos atingem essa magia, porque habituámo-nos a ceder às tentações e a desistir com facilidade, a dar importância a outras coisas. Mas mais cedo ou mais tarde, isso reflete-se. Todos (mesmo os que a renegam ) procuramos uma certa estabilidade emocional, porque é ela que nos permite tirar o máximo partido das diversas capacidades que temos.

Isso revela-se também na noite, onde a nossa superficialidade vem mais ao cimo, e quando a ilusão se confunde constantemente com a realidade. É a altura propícia para podermos construir uma imagem que não é nossa e cativarmos alguém, mostrando o que não somos, mas sim o que sabemos quererem ver em nós.

É no entanto no dia seguinte que se fazem as contas . Ou rodámos mais uma peça com tranquilidade, à procura do encaixe perfeito, da côr certa, sabendo que foi apenas mais um passo, ou entregamo-nos à sorte e damo-nos por satisfeitos por termos conseguido apenas uma face da mesma côr, sem olharmos ao resultado final. Para ser mais directo, estás a jogar para linha ou para Bingo?