"Acabei de informar o secretário-geral do Partido Socialista da minha decisão de cessar as funções de director de campanha", escreveu na sua página do Facebook.
"Quem é responsável por uma máquina deve assumir todas as falhas que ela demonstra, deve tirar ilações de tudo o que, publicamente, se reconhece como erro", jusifica.
As críticas à campanha de outdoors do PS, colocados nas ruas na última semana, começaram pelo cartaz de uma desempregada de longa duração. Sectores do PS consideraram o cartaz um 'tiro no pé', dado que a situação de desemprego ocorria há cinco anos, quando o PS era governo. Uma situação tanto mais difícil de gerir quanto a campanha anterior, de imagens 'new age' já havia sido alvo de críticas, com notícias da possibilidade de demissão do criativo, Edson Athaíde.
Na sexta-feira, porém, o caso ganhou contornos mais graves. Uma mulher retratada noutro cartaz disse ao jornal online Observador que não tinha dado autorização para a sua imagem ser usada e relatou que tinha sido levada pela presidente da Junta de Freguesia de Arroios, dirigida pelo PS, a ser fotografada, numa altura em que trabalhava para esta junta.
Marques Mendes, na SIC, disse ontem que esta foi "uma semana horrível para o PS" e que a repetição deste tipo de erros, que revelam "falta de carácter" podem custar a vitória nas legislativas.
"Tenho um passado que não quero manchar, tenho pelo meu partido de mais de 35 anos um dever de lealdade. E tenho pelo meu país o respeito de sempre ter feito política assumindo todas as responsabilidades de a fazer com elevação e com decência", escreveu ainda Ascenço Simões na nota de demissão.
O líder do PS, António Costa, não se pronunciou ainda sobre o caso dos cartazes. Desde ontem que um novo outdoor com a cara do secetário-geral socialista está nas ruas, tendo como slogan "É tempo de confiança".
manuel.a.magalhaes@sol.pt
Um dos cartazes no centro da polémica