Rui Oliveira e Costa, da Eurosondagem, partilha da tese de que a entrada em jogo do PCP e doBE atira Maria de Belém para a cada vez mais provável segunda volta. “Maria de Belém vai tentar segurar o eleitorado do PS e Nóvoa tem a tarefa mais difícil: vai falar por cima dos partidos e, com isso, tentar somar votos”, explica ao SOL.
O anúncio de Maria de Belém levou a clarificações à esquerda do PS, ainda que os candidatos do PCP e do BEsó sejam conhecidos depois das legislativas. O primeiro foi João Semedo: ao i, o ex-líder bloquista deu como certa a possibilidade de o BE apresentar um candidato próprio. Também Jerónimo de Sousa reiterou a decisão do Congresso comunista, em 2012: o PCP terá uma “intervenção própria”. Resta, no entanto, saber se o seu candidato irá mesmo até às urnas ou desistirá em favor de Nóvoa.
Só o Livre apoiou já Nóvoa
Tanto os comunistas como os bloquistas têm razões para não se aproximarem do ex-reitor até às legislativas. O BE quer demarcar-se do Tempo de Avançar, de Rui Tavares, até agora a única força política que apoia explicitamente o ex-reitor, e também do PS. Quanto ao PCP, considerado politicamente próximo de Nóvoa, a mesma separação de águas leva o partido a só entrar em jogo após as legislativas.
Mas mesmo depois de Outubro há outra dificuldade para Sampaio da Nóvoa poder contar com a desistência de um candidato comunista: com Maria de Belém em campo, é difícil evitar um segundo round. Em 1996, o PCP desistiu para Jorge Sampaio, porque havia condições para derrotar a direita à primeira.
A sorte de Maria de Belém, numa segunda volta, dependerá do candidato que passar pela direita, mas também do apoio que chegar pela esquerda: PCPe BE poderão apoiar a candidata do PS para evitar a vitória do centro-direita.
