Filha de uma professora italiana, então radicada nos Açores, a membro da comissão política da Juventude Comunista Portuguesa (JCP) licenciou-se recentemente em Direito, em Coimbra, palco de diversas lutas estudantis que a fizeram render-se por completo à política, prometendo bater-se em São Bento pelos direitos dos mais novos e por uma educação pública de qualidade.
"A concretizar-se (a eleição) será uma tarefa, como todas as outras no partido. Não estamos a trabalhar sozinhos porque há esta força coletiva. Perante um cenário de precariedade, em que três em cada quatro jovens estão sem contrato permanente de trabalho – basta olhar à volta -, somos as principais vítimas, com salários baixíssimos, que mal dão para viver, há muito a fazer", disse à Agência Lusa.
Para a dirigente da JCP, "a exclusão e a degradação do ensino público, com milhares de jovens sem condições ou que não podem aceder aos mais altos graus e são empurrados para a profissionalização para serem explorados", é outro problema que merece atenção, tal como o fenómeno da emigração, ao qual viu condenados "dezenas de colegas".
Alma Benedetti Croce Rivera, cujo "piercing" no meio do lábio inferior não a "impedirá de fazer ouvir a voz" no hemiciclo, faz parte da JCP há cinco anos e esteve na organização de um moderno e nada ortodoxo "sunset" (festa ao pôr-do-sol), hoje, numa esplanada da capital, com o quase septuagenário secretário-geral, Jerónimo de Sousa, que disputou um jogo de "matrecos" (1-1), com as mãos no seu Benfica contra o Sporting.
"Discordo dessa ideia preconceituosa de que o PCP é rígido. Todas as soluções e propostas são discutidas com a população e debatidas nos respetivos órgãos, não caem do céu. Essa é uma ideia conveniente para quem quer afastar os jovens da participação política transformadora e revolucionária, com é o caso na JCP. Nós debatemos tudo, depois transparece a posição final coletiva, nada mais democrático", defendeu, quando questionada sobre questões denominadas "fraturantes" como a adoção por casais homossexuais ou a liberalização de drogas leves.
A CDU conseguiu cinco mandatos no círculo eleitoral "alfacinha" há quatro anos, tal como em 2009 e, com as sondagens consistentemente a atribuírem-lhe 10% das intenções de voto a nível nacional, face aos perto de oito por cento de 2011, é possível à coligação sonhar com a conquista de, pelo menos, mais um assento no hemiciclo por este distrito.
Entre os 323 candidatos (230 efetivos, 93 suplentes) a deputados pela CDU, Alma Rivera faz parte dos 12% com menos de 31 anos e 44% de mulheres.
Lusa/SOL