E vão três!

Esta semana a crónica ‘Na Linha da Frente’ celebra três anos de vida! Dedico-os inteiramente a quem retira um pouco do seu dia para a ler, independentemente de gostar muito ou pouco ou de não gostar de todo. É que os gostos não se discutem nem se agradecem, agora o tempo que dedicam à sua…

Há quem diga que com ela me exponho demais, que conto coisas minhas, e que isso se nota. Que responder a algumas das pessoas que me comentam ou me partilham é ‘pôr-me a jeito’. Eu acho precisamente o contrário; defendo que os meus textos são para ser lidos, criticados, partilhados. Sem ofensas nem críticas gratuitas. É por isso que várias vezes se admiram de receber uma resposta minha, um agradecimento, uma atenção. Porque se quem escreve o faz para ser lido eu acho que deve sair do alto do seu pedestal e sujeitar os seus textos ao debate.

Tento sempre ser mais do que uma agenda de eventos, ou um top de músicas. Foi a isso que me propus quando comecei a escrever. Acho que descrever situações que observo na noite e nos eventos, expôr comportamentos e atitudes, realçar novas tendências e explicar às várias gerações as diversas mutações que se dão copo após copo, dia após dia, ano após ano, é também uma forma de nos aproximar de todos, de nos percebermos melhor, e de sabermos com o que contamos, que o que espera aos nossos filhos é diferente do que nós encontrávamos.

Chamar a atenção para alguns problemas dos jovens foi, é, e será também sempre um dos meus objectivos primordiais. As drogas, as igualdades que todos merecemos seja de raça ou género, os novos padrões comportamentais, os excessos mas também os progressos que fizemos sobretudo na aceitação de diversos temas fraturantes. E devemos todos orgulharmo-nos disso. Somos de facto um país fascinante, feito de pessoas fantásticas que se destacam em várias áreas e que sempre souberam aceitar e respeitar as opiniões dos outros.

Acho que a noite é loucura e magia, costumo dizer que não sei se será um circo ou um teatro, mas pelo menos uma das duas será certamente. A magia não se explica e a loucura muito menos. É por isso que levar o rótulo de ‘gajo da noite’ não me incomoda nem me perturba. Porque foi este meio que me permitiu ter tantas e tantas histórias para contar. Não são os rótulos que fazem de nós mais ou menos sérios, mais ou menos aconselháveis ou respeitáveis, são as nossas atitudes. Não são as nossas profissões que nos fazem mais dignos, são a forma como as levamos e como nos enquadramos no dia-a-dia dos outros. É isso que tento quando escrevo, arrancar um sorriso de ‘é mesmo isto’ ou de ‘já passei pelo mesmo’. E se já o consegui numa pessoa que seja, já valeu a pena estar aqui 🙂