Ao SOL, o director de campanha do PS, Duarte Cordeiro, diz que o partido vai privilegiar o “contacto direto” porque António Costa “é o primeiro elemento diferenciador face à coligação”. “Vamos comunicar muito sobre António Costa, quem é, o percurso que fez, porque é uma pessoa com experiência, tem trabalho feito e isso gera confiança”, explica.
Mas foi nas redes sociais que o secretário-geral arrancou este mês de setembro, com uma sessão live streaming no Facebook, onde respondeu a perguntas de internautas. Um momento que serviu para falar sobre vários temas, da Economia à Segurança Social, passando pela Saúde e Educação. Costa fez algumas promessas: a reposição do pagamento do subsídio de Natal por inteiro com o salário de novembro, no sector público, a reposição dos feriados e a defesa de que Portugal deve ser mais “pró-ativo, disponibilizando-se para acolher refugiados”.
Piscar o olho à esquerda
A aposta nas redes sociais não será o principal na campanha, mas Duarte Cordeiro promete novidades: “Vamos começar a dar exclusivos nas redes sociais, com vídeos e depoimentos do António Costa”. Será depois no contacto de rua que se jogarão todos os dados. Entre a viagem aos Açores, no início desta semana, até ao debate com Passos, no dia 9, Costa completará quase uma volta pelo país. De Santarém à Guarda, passando por Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, Viana do Castelo e Viseu, o líder socialista andará sobretudo pela região norte. Depois, para um dia antes do debate, para “reflexão e introspecção”. E retomará a agenda diária logo no dia seguinte.
Costa esteve dois dias nos Açores, onde pediu uma solução “urgente” para a crise dos preços do leite. Foi também na região autónoma que apontou quatro diferenças entre o PS e a coligação, que serão os vectores principais do argumentário de campanha: “virar a página da austeridade”, “prioridade ao investimento no conhecimento e na inovação”, “sustentabilidade da Segurança Social” e “patriotismo na Europa”.
Já no continente, o líder do PS esteve num debate sobre políticas sociais, onde criticou o “experimentalismo” do programa da coligação PSD/CDS com a privatização parcial da Segurança Social, uma área em que o PS está a apostar para se diferenciar da direita. A promulgação pelo Presidente da República do diploma que cria as taxas moderadoras no aborto também serviu a Costa para se demarcar e piscar o olho à esquerda: comprometeu-se com a eliminação das taxas se for Governo, acusando a maioria de “profundo radicalismo ideológico”. Como disse na rentrée socialista, este domingo, em Santo Tirso, Costa “está pronto” para governar.
A polémica foto com a mulher
A mulher de António Costa, Fernanda Tadeu, entrou em força na campanha eleitoral. A página oficial do Facebook de Costa pegou numa foto antiga do casal, que rapidamente gerou polémica. “António Costa e Fernanda Tadeu casaram há 28 anos. Não houve festa mas sim um hambúrguer rápido no Abracadabra na Rua do Ouro”, pode ler-se no texto, que foi criticado pelo tom utilizado.
Fernanda Tadeu deu ainda uma entrevista ao jornal do partido, em que prometeu participar nas actividades de campanha, bem como os dois filhos, Pedro e Catarina: “Não consigo ir todos os dias. Irei participar em alguns momentos e nos eventos mais significativos”.