Marcelo defende que Sócrates não deve falar mais para não prejudicar PS

Marcelo Rebelo de Sousa considerou hoje a mensagem de Sócrates de apoio ao PS e a António Costa “sensata” e defendeu que, se for a “única” até às eleições, não prejudicará a campanha socialista.

"A dúvida é saber se além desta intervenção haverá mais intervenções", advertiu o professor. Isto porque Marcelo considera que se o ex-primeiro-ministro – que está em prisão domiciliária desde sexta-feira, em Lisboa – voltar a manifestar-se durante o período de campanha  tal poderá acarretar riscos para Costa e o PS.

"A declaração é sensata, é contida e se for a única declaração no período até 4 de outubro não tem influência negativa na campanha do PS. Pode ter [influência] positiva, não tem [influência] negativa", avaliou o comentador político e ex-líder do PSD à margem de uma ação de campanha da coligação "Portugal à Frente" (PSD/CDS-PP) em Guimarães.

Numa declaração divulgada hoje pelo Jornal de Notícias (JN), o ex-primeiro-ministro José Sócrates declarou apoio ao PS e ao secretário-geral do PS, António Costa.

"Há um tempo para tudo. Neste momento, o que mais me importa é que todos aqueles que se batem por uma alternativa política de mudança saibam que estou do seu lado. Ao lado do PS, ao lado de António Costa pela vitória eleitoral", disse José Sócrates, quatro dias depois de ter deixado a prisão em Évora.

Na véspera do único debate televisivo entre os líderes da coligação PSD/CDS-PP e também primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o líder socialista, António Costa, Marcelo disse esperar que o confronto seja esclarecedor e com pouco temas.

"Espero que os dois candidatos a primeiro-ministro sejam muito claros e muito precisos naquilo que é o seu compromisso, que não digam generalidades", afirmou.

"Do debate espero que não tenha temas a mais. Espero que haja um equilíbrio entre temas da vida das pessoas e temas políticos puros. Não se perdoaria se não se falasse de Educação, Saúde e Segurança Social e se só se falasse de questões politicas", considerou.

Sobre a proximidade nas intenções de voto entre as duas forças políticas explicitas nas últimas sondagens, Marcelo Rebelo Sousa avançou com quatro pontos críticos de António Costa como explicação.

"A dificuldade de explicar o que se passou em 2011, a dificuldade em explicar o que se passa hoje, a dificuldade de querer ao mesmo tempo o centro e a esquerda e a dificuldade de um homem só, a meu ver, são as explicações pelas quais, volvidos oito meses, aquilo que parecia uma perspetiva eleitoral passou a ser outra perspetiva eleitoral", enumerou.

sofia.rainho@sol.pt