Mas conheçamos melhor a espécie: com apenas 7 cm de comprimento, o samarugo é o mais pequeno peixe da fauna da bacia do Guadiana, sendo as fêmeas geralmente maiores que os machos. Possuem um corpo estreito, coberto com escamas finas e pequenas de coloração prateada na zona do ventre.
Para o salvar do desaparecimento do planeta, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) criou, em 2012, o Plano de Ação do Saramugo, que envolve 40 entidades e, entre outras iniciativas, implicou a manutenção em cativeiro de 250 indivíduos da espécie. Em 2016, deverão ser apresentados os resultados deste plano, apoiado pelo programa europeu de conservação Life.
Porquê salvar os samarugos?
Não têm qualquer valor comercial e não são comestíveis. Porquê salvá-los? Porque, segundo os cientistas, estes pequenos peixes que habitam o planeta há milhões de anos, fazem parte de um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo: os ecossistemas de água doce.
O samarugo é uma espécie endémica da bacia do Guadiana, não existindo em qualquer outro sistema fluvial. Contudo, nunca foi detetado no troço principal do rio, mas sim em 10 das suas ribeiras afluentes, mais oxigenadas: Xévora, Caia, Álamo, Degebe, Ardila, Chança, Carreiras, Vascão, Foupana e Odeleite.
A sua situação de declínio, sobretudo desde os anos 80 – particularmente as populações da região central e superior da bacia do Guadiana – deve-se, essencialmente, à poluição e à construção de barragens.
Existem vários projetos, ligando universidades e organizações não governamentais, para a conservação deste pequeno guerreiro, que é um pitéu para peixes maiores como o achigã ou aves: da World Wide Found for Nature (WWF) à Liga de Proteção da Natureza (LPN), passando pela Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), entre outras.