A ‘gigantesca sondagem’ de Costa e a ‘vitória maioritária’

Ainda não é um pedido de maioria absoluta, mas quase. António Costa foi hoje mais longe ao pedir uma vitória “maioritária” e tentou sacudir a pressão das sondagens. É que, segundo a “gigantesca sondagem” do líder do PS, a “esmagadora maioria” dos portugueses quer que a coligação perca. Mas para isso é preciso “sair de…

Numa altura em que o empate técnico nas sondagens continua a pesar sobre as cabeças dos socialistas, Costa passa à desvalorização: “Há uma gigantesca sondagem que diariamente faço por todo o país. A primeira grande conclusão na minha sondagem é que há uma esmagadora maioria de portugueses que tem a vontade profunda que no dia 4 de Outubro a coligação de direita perca as eleições, que este Governo acabe e haja um novo Governo com uma nova política”. 

E carrega nas tintas: “Há uma segunda certeza que tenho, todos já perceberam que não há muitas variantes para que a coligação perca e haja um novo Governo com uma nova política. Só há mesmo uma solução: para a coligação de direita perder é necessário o PS ganhar e para o PS ganhar é preciso ter uma vitória clara, inequívoca, maioritária”.

A maioria absoluta foi mencionada mas apenas para recorrer à ironia. “Ouvi o primeiro-ministro dizer que é necessário uma maioria absoluta. Imaginei o arrepio que os portugueses tiveram na espinha só de imaginar que eles ganham, quanto mais com maioria absoluta”, disse Costa durante um comício esta noite, em Almeirim.

Para a semana de campanha "absolutamente decisiva" que se aproxima, Costa pede mobilização total ao partido e lembra que é preciso “mobilizar os simpatizantes” e todos os que estão “desorientados e descrentes”. “Temos que os acordar, temos que dizer que não é ficando em casa, ir para o café dizer mal, ficar à espera da próxima manifestação a pedir ao Governo para ir para a rua que se resolve o problema”, defendeu o líder do PS.

Costa explica como: “O problema pode resolver-se já no próximo dia 4 mas para isso é preciso sair de casa, ir à assembleia de voto, pegar no papelinho, ir à cabine, pegar na caneta e pôr a cruzinha no PS”. E coloca a culpa em “cada um que fique em casa” porque assim estará a ajudar a manter o actual Governo de Passos e Portas.

Um dos argumentos mais utilizados pela direita contra o PS é o regresso ao passado de despesismo e hoje o líder do PS deu um pequeno passo na demarcação face ao anterior governo socialista, de José Sócrates: “Sabemos que as condições de hoje são diferentes de 2011, muitas políticas de 2011 não tínhamos condições de as poder prosseguir”. Costa sublinhou que a sua estratégia de Governo não está assente nas grandes obras públicas mas na melhoria de rendimentos para as famílias e no investimento das empresas.

sonia.cerdeira@sol.pt