Marco António Costa é o homem dos bastidores. Na estrada, segue sempre no carro de Passos Coelho. Nas ruas ou em visitas de campanha, afasta-se para observar ao longe, enquanto vai dando indicações a militantes e jotinhas, assessores e candidatos.
Sempre discreto, sempre presente. Marco António está em todas e faz questão de mostrar que vê tudo. Enquanto partilha o banco de trás do carro que leva Passos de norte a sul na maratona de campanha, vai lendo jornais e acompanhando os onlines com o seu smartphone.
É um dos estrategas da campanha e foi uma peça fundamental na desconstrução das propostas de António Costa para a Segurança Social. A experiência como secretário de Estado deu-lhe competências técnicas para descodificar o documento socialista e dar pistas a Passos Coelho sobre a melhor forma de explorar as fragilidades das ideias do PS.
Marco António Costa vai ao ponto de citar de cor os números das páginas do programa eleitoral de Costa com os aspetos que quer destacar.
Mas Marco António não é um consultor técnico. Longe disso. É um homem do aparelho e isso nota-se nas arruadas, onde vai agindo como o produtor de um espectáculo, dando indicações ao longe. Prefere a sombra, mas não se afasta dos jornalistas com quem vai falando nos intervalos das ações da campanha. Gere os silêncios e os anúncios. E é por ele que passa toda a informação mais relevante. Se Passos Coelho voltar a São Bento, parte do mérito é Marco António Costa.
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