"Não, camaradas, não somos nós que os juntamos [PS, PSD e CDS-PP], são eles que passam a vida juntos e, como se vê, juntos querem continuar", afirmou Jerónimo de Sousa, numa nave central do complexo municipal dos desportos de Almada com mais de 3.000 pessoas, as quais ouviram quatro discursos e música de intervenção ao vivo e haviam antes participado numa marcha desde um dos portões do Arsenal do Alfeite.
O líder da CDU referiu-se às afirmações do primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, e seus "truques e manhas" e à mais recente "diatribe" de "dizer 'cuidado', que o PS está a preparar um governo esquerdista, com o PCP e o BE. Irónico, Jerónimo de Sousa lamentou que Passos Coelho tenha sido ingrato para com os socialistas, eles que sempre alinharam com a política de direita.
"Mas, camaradas, fomos nós que os juntámos ou foram eles que pelo seu próprio pé e de livre vontade se decidiram juntar? Somos nós que os juntamos ou são eles que se juntam? É ou não verdade que juntos – PSD, PS e CDS – e pela sua própria mão assinaram o pacto de agressão com a 'troika' estrangeira, com as consequências desastrosas que se conhecem?", questionou.
O líder comunista sublinhou terem sido aqueles três partidos que "aceitaram o PEC I, o PEC II, o PECIII – esse pacto, para impor a política das 'troikas', tomado às colheres" e só não existiu um PECIV "porque um dos participantes [PSD] entendeu que a fruta estava madura e estava na sua hora de ir para o governo e mudar o turno".
Lusa/SOL