Numa "arruada" em Alcochete, Jerónimo de Sousa comentava os pedidos de maiorias quer de Passos Coelho e Paulo Portas quer de António Costa, na véspera, e lembrou os sucessivos entendimentos dos socialistas à direita, desde o 25 de Abril.
"A vida ensinou-nos, ao longo de 39 anos, que o PS livremente sempre se entendeu com a direita e teria de acontecer algo de novo para que isso não acontecesse, mesmo quando teve maioria absoluta", afirmou.
Segundo o secretário-geral comunista, que concorre às eleições de 04 de outubro coligado com "Os Verdes", "se o PS continuar na linha do que tem feito, a pergunta tem de ser devolvida ao PS", relativamente a convergências políticas no futuro face a um cenário de não concretização de uma maioria absoluta.
"Não queria fazer insinuações, mas, olhando para a história, isso já aconteceu. O PS já experimentou todas as soluções e deu no que deu…", continuou.
O líder do PCP referiu que as pessoas vão votar com base na evolução das suas vidas nestes quatro anos e reiterou que a CDU está preparada e disponível para assumir "todas as responsabilidades, incluindo governativas, mas sem abdicar dos seus princípios".
"Acho que era uma pretensão com que eles (PàF) sonham, mas vão perder essa maioria absoluta. Eles tiveram, como é sabido, mais de 50% (dos votos) nas eleições anteriores. Eles vão perder de certeza porque a maioria do povo português vai recusar e condenar a uma derrota pesada estes partidos do Governo. É uma convicção profunda, tendo em conta o sentimento que colhemos de muitas e muitas pessoas e não estou a falar só do eleitorado da CDU", disse.
Sobre o facto de o atual primeiro-ministro ter dramatizado na véspera a possibilidade de inexistência de uma maioria absoluta dificultar a governabilidade e obrigar a novas eleições brevemente, Jerónimo de Sousa classificou tais declarações de "argumento de pressão e chantagem".
"Esse susto que tenta pregar aos portugueses não vai convencer. O maior susto é este Governo continuar a infernizar a vida aos portugueses. O que importa é que sofram uma derrota pesada no dia 04 de outubro", concluiu.
Lusa/SOL