“Aproximaram-se também do PS aqueles que muitas vezes dispersam o voto por outras forças políticas à nossa esquerda e sabem que é importante o protesto na rua mas que a única mudança que efetivamente muda é a mudança que produz uma maioria de Governo e essa maioria só se faz com o PS”, afirmou o secretário-geral dos socialistas, num almoço com algumas centenas de militantes, em Braga.
Na “semana decisiva”, Costa vai concentrar esforços em apelar ao voto útil, numa tentativa de roubar à esquerda. Com um objetivo já clarificado: uma vitória do PS “com todos os adjetivos, uma grande vitória, inequívoca, extraordinária, uma vitória com maioria absoluta do PS”.
Costa insiste na “estabilidade” do PS por oposição aos que “já traíram uma vez” e por isso “não merecem a confiança” dos portugueses. É também para esses desiludidos que o PS aponta, tentando captar ao centro. “Aproximam-se do PS pessoas com outros percursos políticos, primeiro os que foram traídos pela coligação que garantiu que não subiriam impostos, não cortavam em pensões”, referiu o líder do PS.
O ex-ministro do PS João Cravinho esteve no almoço para apoiar Costa, mas quando se preparava para discursar sentiu-se mal, tendo acabado por abandonar o recinto.
Costa ouve jovens emigrantes
A manhã foi dedicada a ouvir histórias de jovens emigrantes via Skype, em Guimarães, com uma mensagem comum: todos pedem melhores condições em Portugal para poderem regressar.
“Ganhava menos que uma empregada doméstica e achei que estava na altura de partir”, diz Ana Rita Vargas, uma farmacêutica de Freixo de Espada à Cinta que está há um ano na Suíça.“Nunca pensei emigrar, estar nesta situação”, lamentou Manuel Carvalho, um engenheiro civil de 29 anos, no Reino Unido.
Costa aproveitou a ocasião para tentar combater um dos riscos do PS nestas eleições. É que quem emigrou nestes últimos quatro anos seria um potencial eleitor para o PS. O problema é que a maioria não irá votar por constrangimentos vários que o próprio líder do PS apontou: há quem não possa fazer a viagem de avião de propósito para votar, nem todos mudaram o local de voto a tempo e também “muitos boletins de voto se extraviam”. Por isso, Costa deixou o apelo: “Vamos votar não só por nós como também pelos que são vitimados pelo Governo mas que estão privados de votar. Nós também temos que votar por eles”.