A palavra proibida por Passos

A maioria que Passos e Portas reclamam já foi “clara”, já foi “inequívoca”, agora é “grande e boa”. Só não é “absoluta” como se costuma dizer em gíria política.

A palavra chegou a estar numa faixa afixada no salão do jantar comício deste domingo em Pombal. “Em Pombal começa a luta pela maioria absoluta”.

A faixa foi retirada da parede, mas as pulseiras dadas aos jornalistas para servirem de identificação ainda exibem os dizeres.

Passos Coelho explicou ontem em Braga que não gosta de “poderes absolutos” e que prefere um país em que as instituições, entre elas “a Justiça”, não interfiram umas com as outras.

Mas, acima de tudo, o que Passos e Portas querem evitar é uma imagem de arrogância que intefira com a “humildade” que faz parte da mensagem da PàF nesta reta final da campanha.

O importante é passar a mensagem que PSD e CDS reclamam a maioria não pelo poder que ela traz, mas pela “estabilidade” que entra no já estafado mantra que monta uma equação de confiança, investimento, emprego e crescimento.

Tudo o que afete essa mensagem é evitado, numa altura em que a campanha da coligação é cada vez mais feita com pinças. Nada é deixado ao caso, todos os erros são evitados ou prontamente corrigidos. A margem em relação ao PS ainda é curta e não é dada como certa, por isso, não há margem para errar.

margarida.davim@sol.pt