À chegada a um restaurante no Cais do Sodré, Costa fez questão de cumprimentar todas as mesas e as pessoas quase uma a uma. E deixou um apelo: “Peço-vos, ao longo da semana, junto de todos os que encontrem, também para esclarecer e deixar muito claro, este é um problema pouco criativo, mas claro na matemática: para o Governo mudar é necessário duas coisas, que a coligação perca e o PS ganhe”, disse. “E, já agora, que sejam amigos, para que ganhe com condições de poder governar”.
A artista plástica Joana Vasconcelos pediu ao líder do PS para que a Cultura seja a sua “principal preocupação” no Governo, bem como um ministério da Cultura “com ministro e com orçamento”. Uma opinião partilhada por Pilar del Río, mulher do falecido escritor Nobel da Literatura José Saramago. A mulher de Saramago, que era ligado ao PCP, referiu que há “boas alternativas na esquerda”, mas que “conta o factor humano”, neste caso António Costa.
"Mais importante do que termos um ministério da Cultura, precisamos de um Governo de Cultura", disse Costa. O PS já disse que voltará a ter um ministério da Cultura assim que for Governo mas Costa avisa: “Não é para os agentes culturais mas para o país”.
Da arquitectura, à literatura, passando pelo teatro, cinema e artes plásticas, foi vasto o leque das personalidades da Cultura que quiseram apoiar António Costa. Entre os presentes estiveram os actores Paulo Pires, Diogo Infante, Lurdes Norberto e Sílvia Rizzo, os realizadores António Pedro Vasconcelos e Joaquim Leitão e os fadistas Camané, Gisela João e Carlos do Carmo.
Os arquitectos Tomás Taveira e Carrilho da Graça, os artistas plásticos Júlio Pomar e Joana Vasconcelos, os apresentadores Eládio Clímaco, Cláudia Borges e Maria Elisa, os escritores Alice Vieira, José Jorge Letria e António Mega Ferreira e os músicos João Gil, André Sardet e Manuel João Vieira também marcaram presença. Bem como o maestro Vitorino de almeida, o cartoonista Augusto Cid e os ex-governantes Elísio Summavielle, Gabriela Canavilhas e Marçal Grilo.
Para o líder do PS, a “obrigação do Estado” passa por tornar a Cultura acessível a todos, criar oportunidades para que “todos possam ter gosto pela Cultura” e para que quem tenha “dotes” possa tornar-se num agente de Cultura. “Aí está o papel do Estado”, defendeu Costa.
Costa despediu-se do almoço para apanhar o avião para os Açores, citando Raúl Solnado: “Como diria Raúl Solnado façam o favor de ser felizes, da minha parte darei o contributo para voltarem a ser felizes”.
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