«Este PàF é diferente», garantiu, num auditório que se encheu de reformados para ouvir Pedro Passos Coelho e Paulo Portas no Dia do Idoso que se comemora esta quinta-feira.
Passos Coelho aproveitou mesmo para deixar claro que esta PàF não tem nada que ver com a da troika. Falou na redução «progressiva e segura» da sobretaxa de IRS, lembrou que «já não há cortes nas pensões» e ainda aproveitou para dizer – e não prometer, como sublinhou – que, se ganhar, tenciona «manter a atualização» das pensões mínimas sociais e rurais, uma medida que abrange mais de 1 milhão de idosos e tem um custo de cerca de 70 milhões de euros anuais.
Não são cortes, são impostos: ‘idosos pagam como os outros’
Passos explicou à plateia sénior que tudo isto é possível porque o país já não está em crise. E esclareceu os pensionistas que ainda veem menos dinheiro todos os meses no recibo que já não se trata de cortes, mas de impostos.
«Estamos a falar de impostos. Não estamos a falar de cortes de pensões», frisou o líder da coligação, admitindo que «para os idosos é a mesma coisa», porque significa menos dinheiro. Mas para o Governo não é, porque significa que «os idosos pagam como paga toda a gente» e que a filosofia da coligação é a de fazer pagar mais quem mais tem.
Passos frisou, aliás, que «70% da receita de IRS é paga por 10% dos que pagam impostos». E isto, para o líder da PàF, é «social-democracia e democracia-cristã», porque foi graças também aos sacrifícios desses que foi possível descongelar pensões.
«Exigimos muitíssimo a quem tinha mais. Antigamente, não havia esse hábito», afirmou, explicando que o plano da coligação passa por reforçar a ação social através das parcerias com instituições de solidariedade privada.
«O preconceito de quem está no Governo e no Estado relativamente às organizações da sociedade civil é pago em dobro pelos portugueses que pagam impostos», declarou Passos, pouco depois de Paulo Portas ter lembrado que o presidente das Misericórdias, Manuel Lemos, defendeu que «este foi o Governo que mais compreendeu e mais apoiou as IPSS».
«Isso tem que ver com a identidade dos nossos dois partidos: a opção preferencial por aqueles que mais precisam», concuiu Portas.