O Evangelho segundo Jerónimo contra Cavaco, PS, PSD e CDS

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, ordenou hoje “venham!” a cerca de 300 pessoas num comício noturno, em Braga, importunado por adeptos de futebol holandeses, contra o medo da instabilidade instigado por Cavaco, PS, PSD e CDS-PP.

"Andam para aí a meter medo com a falta de estabilidade. Pobres de espírito os que julgam que, por estratégia de medo, amedrontam o povo, que o podem fazer desistir de querer um futuro melhor para a sua vida. Os trabalhadores e o povo confiam na sua própria força, sabem que é chegada a hora de derrotar este Governo, mas também, a hora de derrotar todas as manobras para que a política de direita prossiga por outras mãos", disse.

O presidente da República, Cavaco Silva, afirmara, horas antes, à margem da 70.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, que sabe "muito bem aquilo que irá fazer" no pós-eleições e que é "totalmente insensível a quaisquer pressões", escusando revelar "um centímetro" do que tem na "cabeça".

"Querem maiorias absolutas, uns e outros atrás das manobras e chantagens de Cavaco Silva. Louve-se a coerência. Seja de um, seja de outros, para perpetuar a mesma política de sempre. Para Cavaco Silva, o importante é salvaguardar a mesma política de direita, independentemente do ator que esteja no Governo", insistiu.

Num evento inicialmente abafado por cânticos de perto de 100 "militantes" do adversário do Sporting de Braga na Liga Europa, o Groningen, na avenida central da Cidade dos Arcebispos, o secretário-geral do PCP, certamente satisfeito com o triunfo do "seu" Benfica na vista ao Atlético de Madrid (1-2), voltou a apelar ao voto dos indecisos ou abstencionistas.

"Falam em estabilidade, em governabilidade, em segurança. Bem sabem do que falam. Estabilidade, sim, mas a estabilidade da política para continuar o assalto aos rendimentos dos trabalhadores e do povo! É a estabilidade para prosseguirem o rumo dos sacrifícios que têm sido impostos à grande maioria do povo português", reclamou.

Segundo Jerónimo de Sousa, "é por isso que os partidos da política de direita, os grupos económicos, os banqueiros, temem o crescimento da CDU".

"E não é por acaso que, tanto os banqueiros como os testas-de-ferro dos grupos económicos, também concluem, como Cavaco, que é preciso é estabilidade para continuarem os seus negócios", condenou, apelando à massa popular: "Venham! Está aqui gente séria, gente de confiança, uma força que nunca falta com a sua presença na hora de combater injustiças, defender direitos, dar solução aos problemas dos trabalhadores, do povo e do país".

O líder da CDU prometeu, ainda, que o coletivo não irá perguntar pelo "cartão do partido", mas sim "se precisam do combate, solidariedade e proposta" dos respetivos deputados.

Lusa/SOL