Um PS dividido, que leva essa divisão para as presidenciais

O caldo está entornado no largo do Rato. Devido à derrota nas legislativas, surgiram várias vozes a exigir a demissão de António Costa. Costa não se demitiu, mas convocou um congresso, seguramente para depois das eleições presidenciais de Janeiro. Costa vai candidatar-se, em eleições directas, para ser reeleito secretário-geral, e já tem um adversário de…

O partido está indeciso entre tentar uma coligação à direita ou à esquerda, o que em qualquer caso lhe permitiria regressar imediatamente ao poder. Penso que qualquer destas opções é inviável, à esquerda porque o PCP tem propostas irrealistas, e à direita porque o CDS não quer ter de repartir mais o poder, ficando diminuído com isso. Assim, admito mais uns anos do PS na oposição, embora com Costa como secretário-geral.

Vamos andar entretidos com a formação do governo, mas as presidenciais aproximam-se. O candidato da área do PS que reunia mais apoios, o independente Sampaio da Nóvoa, desapareceu completamente da comunicação social, certamente por opção própria. A sua adversária mais directa, a militante socialista Maria de Belém, anuncia oficialmente a sua candidatura no dia 13. Mas, separados ou não, penso que isso pouco importa, pois não devem conseguir os 50% dos votos necessários. Se as eleições fossem hoje, o novo Presidente da República chamar-se-ia Marcelo Rebelo de Sousa. Penso que, se não fizer asneiras de vulto até ao dia do escrutínio, tem a eleição ganha, mesmo que uma hipotética candidatura de Rui Rio leve à necessidade de ocorrer uma segunda volta.

Não terão maioria, mas terão um governo e um presidente. É o sonho da velha AD, quase completo.