Na comunicação ao país, em direto da Biblioteca Municipal de Celorico de Basto – onde chegou apenas na companhia de um amigo -, o professor aproveitou para deixar desde logo um apelo às convergências, no que pode ser lido como um recado aos principais partidos que se encontram em negociações para tentar formar um novo governo. “É essencial que haja convergências alargadas sobre aspetos fundamentais do regime”, alertou Marcelo, sublinhando que a situação do país não se compadece com “ingovernabilidades crónicas” ou governos que “duram apenas 6 meses ou um ano”.
Mas, reforçou o antigo líder social-democrata, “a estabilidade e a governabilidade têm de estar ao serviço de um fim maior e o fim maior é a afirmação da justiça social e o combate à pobreza”.
A justificar a sua decisão – que, como recordou, sempre remeteu para depois das eleições legislativas – Marcelo disse que pesou sobretudo o sentido de dever de “pagar ao país tudo o que dele recebi”. “Os portugueses não podem dizer que fugi à prova do voto e que me escondi atrás das conveniências”, reforçou.
O comentador político recordou exaustivamente todo o seu currículo na Universidade, na comunicação social, e ao serviço da comunidade enquanto presidente da Fundação Casa de Bragança. E também o seu longo currículo político enquanto fundador do PSD, líder do PSD, deputado e autarca.
“Trabalhei no diálogo e tolerância [no partido], como o fiz enquanto autarca na Assembleia Municipal de Cascais, na Assembleia Municipal de Lisboa e na Assembleia Municipal de Celorico de Basto, conhecendo por dentro o poder central e local”, disse, acrescentando que conhece o cargo de Presidente da República por dentro, já que foi conselheiro de Estado de dois Presidentes.
“Conheço muito bem a Constituição que nos rege, sei qual é o papel do Presidente da República e estou consciente como o estado do mundo e da Europa não deixa antever anos fáceis”, acrescentou Marcelo.
Professor há 42 anos, funcionário público há 24, dedicado há quatro décadas à comunicação social, pai de dois filhos, avô de 5 netos, Marcelo diz não precisar de “promoções ou popularidades” e, com “independência e liberdade” assume-se como candidato à Presidência da República “pelos portugueses de ontem, de hoje e de manhã. Por Portugal sempre.”
Notícia atualizada às 18h59