CGTP vai manifestar-se contra a NATO

A CGTP vai integrar uma manifestação em Lisboa contra exercícios da NATO. A manifestação foi marcada para dia 24, numa altura em que decorrem conversações entre PCP, BE e PS para um entendimento sobre uma nova maioria de Governo. A CGTP dissocia o protesto das negociações em curso que não colocam em cima da mesa…

“A manifestação foi decidida por um conjunto de movimentos que se reuniu e que pretende protestar contra as manobras militares no território de Portugal e Espanha”, explica ao SOL Arménio Carlos. O líder da CGTP lembra que a Constituição da República determina que Portugal defenda “a necessidade de se abolir os blocos político-militares”.

Um apelo “ aos trabalhadores e à população para que se associem ao desfile "Sim à Paz / Não aos exercícios militares da NATO!",” integra a resolução hoje aprovada pelo Conselho Nacional da CGTP, na sua primeira reunião após as legislativas.

Reverter a privatização dos transportes

A resolução intitula-se “é hora de mudar e romper com a política de direita” e centra-se na análise dos resultados eleitorais, saúdando a perspectiva de um acordo à esquerda.

“A nova correlação de forças na Assembleia da República potencia melhores condições para responder aos inúmeros problemas e desafios com que os trabalhadores e o povo estão confrontados”, lê-se no texto hoje aprovado pelo Conselho Nacional da CGTP. Este é o principal órgão entre congressos e representa todas as tendências da central sindical.

A CGTP sublinha que é “indispensável que os partidos que dispõem, agora, de uma maioria parlamentar respeitem e assegurem a vontade de mudança” e apresenta um caderno reivindicativo próprio. O aumento do salário mínimo, a eliminação da sobretaxa e o alargamento dos escalões do IRS ou a reversão dos processos de privatização dos transportes são medidas que a central quer ver efectivadas no Parlamento com a nova maioria de esquerda.

“É tempo de concretizar as promessas de travar e reverter o processo de privatização e concessão de empresas públicas a operadores privados”, lê-se na resolução.

A CGTP vai solicitar reuniões aos partidos parlamentares para “apresentar os eixos estruturantes da política reivindicativa da CGTP-IN para 2016” e “reclamar” que lhe dêem “suporte legislativo”. A oposição ao congelamento das pensões e a defesa das funções sociais do Estado são outros pontos fundamentais para a central liderada por Arménio Carlos.

Sobre a possibilidade de Cavaco Silva dar posse a Passos Coelho para liderar o próximo governo, o secretário-geral da CGTP responde que “o Presidente da República não se pode sobrepor à vontade do povo português”. Arménio Carlos diz ainda ao SOL que o PR deve “respeitar a maioria parlamentar, tanto mais que ele próprio reclamou um quadro de estabilidade”.

manuel.a.magalhaes@sol.pt