Próximo governo

Segundo António Costa, o PS tem condições para formar um governo com apoio maioritário no parlamento. Ao que eu acho alguma piada é que hoje de manhã Passos Coelho dizia que já tinha o governo formado na sua cabeça. Se calhar, precipitou-se.

Falsos recibos verdes

A Autoridade para as Condições de Trabalho detectou, em 2014, um aumento de 200% (triplicou) de casos detectados de falsos recibos verdes. E também um aumento de 34% outras situações ilegais, como falsos estágios remunerados, falsas prestações de serviço ou falsas situações de voluntariado. E vai ao ponto: para além de prejudicarem os trabalhadores, estas situações “diminuem a receita do Estado e são um grave factor de concorrência desleal.”

Já trabalhei a falsos recibos verdes. É um nojo. Tem de se respeitar horário e cumprir as ordens dos patrões (só se é independente no nome), e é uma maneira eficaz de pagar menos do que o salário mínimo nacional.

As punições para os patrões que usam estes esquemas deviam ser muito mais severas. Acabava-se a ilegalidade. Mas os interesses económicos são audíveis, com a cantilena. “É melhor estar a falsos recibos verdes do que desempregado.” Não acho assim tão líquido. A mim já me propuseram que trabalhasse a 100 euros por mês (o que eu recusei, porque nem sequer cobriria as despesas) e, como diz o relatório, os falsos recibos verdes são um factor de concorrência desleal para as empresas que cumprem as suas obrigações. Cabe perguntar: queremos ser um país de chicos-espertos?

Fukushima

Quatro anos depois do acidente num dos reactores na central nuclear japonesa de Fukushima, foi detetado cancro num dos trabalhadores da central, que pode ter origem na fuga de radiação ocorrido.

Dominamos a energia nuclear desde 1945, há 70 anos. Nesses 70 anos, tivemos três acidentes graves em centrais nucleares: Three Mile Island, Tchernobil (de longe, o mais grave), e Fukushima. Isso quer dizer que a probabilidade anual de ocorrerem acidentes em centrais nucleares é de 3/70? Não, porque a energia nuclear é inerentemente instável, essa probabilidade é impossível de calcular, e é por isso que há países que estão a abandonar totalmente a energia nuclear (Angela Merkel tomou essa decisão depois do desastre de Fukushima). Pagarão electricidade mais cara e causarão maiores danos ambientais, mas ficarão muito mais seguros.

Felizmente, não há reactores nucleares em Portugal