Esta posição de Manuel Alegre foi transmitida à agência Lusa depois de o presidente do Governo espanhol ter afirmado que uma coligação de esquerda em Portugal, entre o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP, "seria negativo para os interesses de todos", e "não respeitaria" a vontade dos portugueses.
Perante estas palavras, o "histórico" dirigente socialista vincou que "o primeiro-ministro de Espanha não tem que se pronunciar sobre os assuntos políticos internos portugueses".
"Cabe aos representantes eleitos pelo povo português escolher o Governo de Portugal", contrapôs Manuel Alegre.
Manuel Alegre considerou depois que as declarações de Mariano Rajoy constituíram "uma ingerência inaceitável e prejudicial às relações entre os dois países".
"As relações entre Portugal e Espanha devem estar para além das conjunturas políticas e das divergências ideológicas", defendeu o membro do Conselho de Estado.
Hoje, em Madrid, Mariano Rajoy disse esperar que "as coisas [em Portugal] resultem razoavelmente".
"Seria a primeira vez na História – desde que a democracia regressou a Portugal – que não governaria o partido que ganhou as eleições. Uma coligação entre o Partido Socialista, o Podemos de lá [Portugal] e o Partido Comunista seria muito negativo para os interesses de todos. E sobretudo não respeitaria o que disseram os cidadãos", afirmou Mariano Rajoy à entrada para o último dia de Congresso do Partido Popular Europeu.
Lusa/SOL