Com nomes como Paulo Otero, Blanco de Morais e Nogueira de Brito entre os constitucionalistas presentes, Passos e Portas tiveram oportunidade de "reflectir" sobre "uma crise política sem precedentes", como disse o vice-presidente do PSD, Matos Correia, que veio falar aos jornalistas ainda o encontro decorria numa das salas do Hotel Tivoli, em Lisboa.
Matos Correia escusou-se a divulgar as opiniões dadas pelos constitucionalistas, mas foi claro ao explicar que os juristas não foram chamados apenas para reflectir sobre uma eventual revisão constitucional que permitisse convocar eleições já e que na atual configuração do Parlamento não teria quaisquer hipóteses de ser aprovada.
O objectivo foi antes ter "aconselhamento sobre toda situação" e sobre as "consequências" a retirar de uma crise política que "rompeu com um conjunto de convenções" que até agora tinham sido respeitadas pelos partidos.
É que se, para consumo interno de Passos e Portas, a reunião serve para ouvir os pareceres de alguns dos mais reputados especialistas em Direito Constitucional, para fora a mensagem política é de dramatização.
Passos e Portas querem dar sinais de não terem baixado os braços perante o que consideram ser uma forma "golpista" e "fraudulenta" de António Costa formar governo.
Passos está apostado em garantir que os portugueses percebem que não está agarrado ao poder e que deseja ir novamente a votos o mais rapidamente possível para clarificar a situação.
Apoiados em sondagens internas que lhes são favoráveis, Passos e Portas estão apostados em não dar tréguas a Costa e, mesmo que ainda em Governo de gestão, fazer oposição à esquerda.