De resto, dedicados às lideranças dos seus partidos – que serão escrutinadas no primeiro trimestre do próximo ano, em congressos previstos para a Primavera -, Passos e Portas deverão optar por um registo discreto nos dias de funcionamento normal do Parlamento. Uma ‘espécie’ de picar do ponto em plenário e presença confirmada nos momentos das votações.
Até porque, no caso de Passos Coelho, a ideia já assumida é a de “manter a sua agenda nacional como presidente do PSD”, adianta ao SOL um dos seus vice-presidentes. Ou seja, uma agenda que vai obrigar o líder dos sociais-democratas a andar pelo país e que não lhe permitirá ter “uma presença fixa e efetiva no Parlamento”.
‘Ele sabe que vai voltar a ser primeiro-ministro’
Por outro lado, a estratégia na oposição também passa por manter a ação governativa de Costa sob vigilância apertada. E, nesse sentido, Passos Coelho quer continuar preparado e informado sobre os principais dossiês, tal como está agora. Até já há quem recorde uma célebre máxima de Durão Barroso – “eu sei que vou ser primeiro-ministro, só não sei quando” – e a aplique a Passos Coelho: “Sabe que vai voltar a ser primeiro-ministro, só não sabe quando”, comenta um dirigente social-democrata.
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Ultrapassado o debate do programa do Governo e com António Costa já em plenas funções como primeiro-ministro, PSD e CDS rendem-se à convicção de que é chegada a hora de virar a página.
Na sua intervenção parlamentar, Portas pôs o dedo na ferida, mais do que uma vez, sublinhando a ilegitimidade do Governo de Costa. “Senhor primeiro-ministro, vírgula, mas não o primeiro-ministro que o povo escolheu”, atirou logo de início, o que provocou uma reação imediata de indignação dos deputados socialistas. Portas justificou: trata-se de uma “vírgula inabitual”, porque dirigida a “quem se senta na bancada do Governo onde o povo, quando votou, não vos colocou”.
Mas o líder do CDS apontou depois baterias às matérias económicas e financeiras. O caminho no qual PSD e CDS acreditam que terá de assentar a oposição nos próximos meses.