BCE quer que Portugal continue com reformas no mercado de trabalho

Relatório elogia o alargamento do âmbito das possibilidades de despedimento e a redução das respectivas indemnizações.

O Banco Central Europeu (BCE) considera que as medidas introduzidas para flexibilizar o mercado de trabalho entre 2011 e 2014 poderão explicar a recuperação do emprego. O relatório que analisa também as reformas feitas em Espanha e Irlanda conclui que "em particular em Espanha e Portugal, que tinham uma legislação mais rígida que na Irlanda, as reformas foram implementadas para melhorar o funcionamento do mercado de trabalho e promover a empregabilidade a médio prazo".

Mas chama a atenção para o facto que a taxa de desemprego continuar muito elevada em Portugal e alerta para a existência da segmentação do mercado de trabalho, o que é "evidenciado pelo facto de, no emprego criado, a maior parte ser emprego temporário".

Daí, o BCE considerar que é necessário manter a implementação das reformas no mercado nacional, mas "a um ritmo acelerado".

No caso específico de Portugal, o BCE refere que foram introduzidas nos últimos quatro anos medidas em vários domínios, nomeadamente, o alargamento do âmbito das possibilidades de despedimento e a redução das respectivas indemnizações, assim como a duração do subsídio de desemprego, cuja cobertura foi alargada para aumentar a rede social.

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