"A primeira volta das presidenciais deve ser as primarias da esquerda portuguesa", lançou o secretário-geral socialista, que quer ver cada militante empenhado na eleição de um dos "dois candidatos mais relevantes" da sua área política, Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa.
"Em períodos de normalidade, muitas vezes a figura do Presidente não foi uma figura central no funcionamento do regime", reconheceu Costa, que acha os quatro anos de crise que os portugueses viveram mostram que nessas alturas tudo pode ser diferente.
Para Costa, os últimos quatro anos teriam sido diferentes se os portugueses tivessem tido em Belém "um Presidente que fosse próximo, que lhes desse ânimo, carinho".
Para isso, será preciso que o sucessor de Cavaco ajude a "unir e não a dividir" e que tenha como "primeira missão cumprir e fazer cumprir a Constituição".
Costa acha que até a venda da TAP poderia ter sido evitada se o Presidente em funções fosse alguém que "compreendesse que uma maioria é por natureza sempre conjuntural" e que tivesse impedido o Governo de Passos de ter tido "a desfaçatez" de assinar o contrato de privatização "já depois de demitido".
"É isso que deve estar bem presente. Ninguém pode andar distraído nas próximas semanas", avisou Costa, que só deverá dar o apoio do PS a um candidato numa segunda volta.
Para já, Costa continua a não dizer em quem vai votar. Mas minutos antes de o líder discursar, o presidente do partido Carlos César tinha anunciado aos jornalistas o seu apoio a Sampaio da Nóvoa.
César sublinhou, porém, que o seu é um apoio pessoal, que não vincula o partido.