Mesmo que “discretamente” seja um advérbio de modo que usa para caracterizar a forma como se vai comportar se chegar a Belém, Marcelo avisa: “O Presidente da República não é um analista, não é um comentador, é um protagonista cimeiro da vida política”.
Marcelo já tem, de resto, o guião do que vai pautar a sua atividade no Palácio de Belém.
Manter a governabilidade
“Precisamos de ter estabilidade governativa. Não podemos voltar aos governos provisórios”, sublinha o candidato, que considera essencial ter uma solução de governação que dure a legislatura para que Portugal possa sair da crise.
É uma mensagem que Rebelo de Sousa tem repetido diversas vezes: quem está à espera de que contribua para a instabilidade política, não pode contar com ele, tem avisado ao longo da campanha.
Gerar consensos
Marcelo Rebelo de Sousa acha que o facto de os partidos terem ideias e programas diferentes não os deve impedir de alcançar consensos e vê mesmo o Presidente como uma peça fundamental para estabelecer as pontes que permitirão desenvolver políticas mais estáveis.
O candidato defende que matérias como “o sistema educativo, a rede hospitalar, a organização judiciária e os fatores de sustentabilidade da Segurança Social” não podem mudar de orientação política de cada vez que muda o Governo e propõe-se ajudar a encontrar entendimentos que tragam estabilidade.
Construir a coesão social
É um dos temas que têm sido recorrentes na campanha do professor, que tem falado na necessidade de unir o “tecido social que está deslassado” pela crise política e económica. Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a pôr a “coesão social” e a “concertação social” no topo da agenda que levará para Belém se for eleito no próximo domingo.
Marcelo diz mesmo que é por isso que tem defendido a importância dos “afetos” na política. Por isso, quer ser um Presidente “mais convivial, mais próximo” e tentar que o clima político seja o “menos dramático que seja possível”.
O candidato defendeu ainda a importância de dar a “todos” os parceiros sociais a mesma importância, considerando que a concertação social é uma das conquistas importantes da democracia que devem ser preservadas.
Defender a estabilidade fiscal
Com uma plateia cheia de comerciantes e empresários, Marcelo foi ao encontro de uma das grandes reivindicações do mundo dos negócios: “a estabilidade em termos fiscais”.
Marcelo prometeu trabalhar para que o Governo e a oposição entendam a importância de uma política fiscal estável. Mas também de trabalhar como Presidente para que os fundos europeus cheguem aos empresários com “transparência e sobretudo eficácia”.
Reforçar o sistema financeiro
Para Marcelo Rebelo de Sousa, um dos maiores problemas que Portugal enfrenta é o do financiamento. “É um problema nacional”, aponta explicando que além de aproveitar da melhor forma os fundos que vêm da Europa, o país precisa de um sistema financeiro robusto.
“É muito importante a estabilidade e a força do nosso sistema financeiro”, disse o candidato, que quer também ver a regulação a funcionar melhor nesta área. Sem apontar caminhos para que isso aconteça, Marcelo prometeu que se for eleito será um Presidente atento ao que se passa na banca nacional.