Na apresentação do esboço do orçamento, Mário Centeno explicou que as mudanças fiscais para este ano são “mais favoráveis para o potencial de crescimento”, já que há menos impostos directos, como o IRS, compensados com uma subida nos impostos indiretos – os dos combustíveis, do tabaco e de operações de crédito ao consumo.
“Há uma política orçamental equilibrada e sustentável”, garantiu o ministro, indicando que, apesar de haver medidas de aumento da despesa como a devolução de salários no Estado, a redução do défice se consegue com “uma contenção da execução orçamental, de um crescimento muito contido da dinâmica orçamental e com conjunto de medidas que reforçam os potencial de crescimento, desde logo a recomposição fiscal”.
Quanto às previsões subjacentes ao orçamento, que prevê um crescimento de 2,1 por cento este ano, Centeno justificou que as rubricas mais relevantes a nível externo têm por base hipóteses assumidas por organizações internacionais como o BCE e o FMI.
Questionado sobre a reservas do Conselho das Finanças Públicas às projeções do orçamento, Centeno indicou que “todos os cenários têm riscos” e que é o próprio FMI que indica que os dois maiores parceiros comerciais do país – Espanha e Alemanha – têm boas perspectivas de crescimento este ano, o que poderá beneficiar a economia nacional.