O advogado de defesa do homem acusado de esfaquear mortalmente o filho de seis meses em abril de 2015, em Linda-a-Velha, Oeiras, propôs-se ontem provar, no Tribunal de Cascais, a inocência do suspeito. João Barata, de 34 anos, começou ontem a ser julgado em Cascais na presença de um Tribunal do Júri, requerido pela defesa, composto por quatro cidadãos previamente selecionados e outros quatro suplentes.
A acusação do Ministério Público (MP) sustenta que João Barata matou o filho, a 8 de abril de 2015, em retaliação contra a sua ex-companheira, mãe do bebé, a qual lhe teria dito que queria pôr fim à relação entre ambos, após descobrir que o suspeito mantinha o consumo de álcool.
No entanto, o advogado do arguido, Aníbal Pinto, declarou ontem, na primeira audiência de julgamento, que “a defesa se propõe a provar que não foi João Barata a esfaquear o bebé” e que “não foi a faca que causou a morte”. Além disso, continuou, “a defesa propõe-se a provar que João Barata é doente” e esteve internado há 12 anos, havendo um historial de “toxicodependência, alcoolismo e problemas mentais”.
“No dia do crime tomava medicamentos que não podiam ser administrados com álcool e no dia fatídico ingeriu vinho do Porto, martini e cerveja. A defesa vai provar que João Barata ligou à mãe do bebé a pedir ajuda para levá-lo ao hospital e que a partir das 13:00 perdeu a consciência, teve um ‘blackout’”, acrescentou. O advogado disse ainda querer provar que “a tragédia que aconteceu a João Barata poderia ter acontecido a qualquer um”. Na primeira audiência de julgamento foram ainda ouvidas testemunhas, entre as quais uma inspetora da Polícia Judiciária, que falou na “imagem chocante” resultante do crime.