PCP recupera bandeira da saída do euro

As pressões de Bruxelas sobre o Orçamento mostram que a saída do euro pode ser solução.

PCP recupera bandeira da saída do euro

No editorial de ontem do Jornal “Avante!” o PCP_recupera a bandeira da saída do euro. Segundo os comunistas, o ambiente de “pressão e chantagem” que estão a caracterizar a negociação com Bruxelas do Orçamento do Estado e a evolução da situação internacional vêm confirmar “a justeza da posição do PCP” a favor de “uma ruptura” com o sistema monetário europeu.

“Uma resposta real e coerente às questões do progresso social e económico, com justiça social e desenvolvimento soberano, implica uma ruptura com os constrangimentos e limitações impostas pelo processo de integração capitalista europeu, em particular, com a União Económica e Monetária”, lê-se no texto publicado no órgão oficial do PCP.

“Soberania, direito inalienável” é de resto o título do editorial que começa com a denúncia “da pressão e chantagem da União Europeia que, em articulação com o PSD e o CDS, tudo faz para  reverter as medidas que, ainda que limitadas, dão resposta a diversos problemas dos trabalhadores, do povo e do País”.

A UE quer “impor uma visão política e ideológica sobre as opções soberanas do Estado português”, diz o “Avante!”. E a “gritaria em torno do Orçamento do Estado” mostra “o incómodo do grande capital perante a evolução da situação política portuguesa”.

O que se passou na Grécia é para o editorialista um exemplo do que pode acontecer a Portugal.  As pressões no OE português “ demonstram a intenção de, a exemplo do que fizeram com a Grécia, impor uma visão política e ideológica sobre as opções soberanas”.

Além da saída do euro, o PCP recupera outra medida de confronto com a Comissão Europeia: a renegociação da dívida soberana. Segundo a análise que os comunistas fazem da situação política interna e externa, tornou-se “mais visível” o “sério constrangimento à tomada de medidas de combate à exploração e empobrecimento e ao desenvolvimento soberano do país” motivado pelas exigência elevadas com o pagamento aos credores.

A “renegociação da dívida nos seus prazos, juros e montantes” é um “imperativo nacional para libertar meios financeiros para promover o desenvolvimento do país, a criação de emprego e os direitos dos trabalhadores, dos reformados e das populações”, defendem os comunistas.

O editorial do Avante! está em sintonia com o discurso da CGTP. Arménio Carlos, na apresentação da estratégia que vai levar ao XIII congresso da CGTP, no último fim-de-semana de Fevereiro, definiu como prioridade para a central sindical de maioria comunista o combate à política de Bruxelas. “A soberania é um dos elementos estruturais que precisam de ser salvaguardados”, apontou o líder sindical.