O Bloco tentou mais uma vez que a direção da CGTP, composta por 29 dirigentes, integrasse a tendência bloquista. Mas a proposta, que ontem foi apresentada pelo Sindicato Livre dos Pescadores, a favor de que a Comissão Executiva «espelhasse a representação de todas as correntes de opinião político-ideológicas que se expressam na CGTP», foi chumbada sem apelo. Teve 44 votos a favor e 4 abstenções, entre 740 delegados.
Outras propostas de alteração dos estatutos, visando «o maior acesso aos meios de comunicação» da central e um reforço geral do apoio da estrutura da CGTP às várias correntes de opinião minoritárias, e a favor de uma maior democraticidade na apresentação de candidaturas ao Conselho Nacional, tiveram destino idêntico.
A justificação para o chumbo foi dada por Joaquim Dionísio, da direção da central. O direito de tendência iria no sentido de «uma parlamentarização da CGTP».
Demonstração de força
Arménio Carlos usou o discurso de abertura para criticar o possível despedimento de mil trabalhadores do Novo Banco e apelar à nacionalização do banco. «Entre perder o dinheiro, perder o emprego e entregar o Novo Banco de mão beijada à banca espanhola» e «aproveitar o que já está e nacionalizar o Novo Banco», «não temos dúvida», defendeu. O líder da CGTP também anunciou a entrada de 104 mil novos filiados – embora sem divulgar quantos saíram da CGTP durante quatro anos marcados por perdas de emprego.
Hoje, no segundo e último dia do XIII Congresso, será eleito o novo Conselho Nacional e Arménio Carlos vai defender a aprovação do documento estratégico para mais quatro anos, nos quais continuará como líder. Um Programa de Ação que a tendência socialista critica pelo «sectarismo» e «fechamento» e por não refletir a alegada sintonia dos trabalhadores da CGTP com o atual governo.
Arménio Carlos, que admite que o Governo está no bom caminho, defende porém uma pressão alta sobre António Costa. E vai dizê-lo no discurso de encerramento.