A história começa em 2014 quando a Whitestar Asset Solutions comprou ao Banif cerca de 300 milhões de crédito malparado. A operação fez o banco encaixar uma mais-valia de cerca de 40 milhões de euros. Nesta altura, Maria Luís era a representante do Estado no Banif, sendo que o Estado era já o maior acionista do banco.
Cerca de um ano mais tarde, a Whitestar passou para as mãos da Global Arrow, uma empresa americana com sede no Reino Unido, que se dedica à aquisição e gestão de dívida pública e créditos bancários para os reestruturar e voltar a colocar no mercado novamente.
Agora, a Carval – outra empresa detida pela Whitestar – está a disputar com outras empresas do grupo a compra de créditos em risco e imóveis à sociedade Oitante, que reúne os ativos tóxicos do Banif que ficaram fora do negócio de compra feito pelo Santander. O montante do crédito que está à venda atinge os 1.500 milhões de euros.
Mas há mais: o Banif contratou entretanto a Whitestar para avaliar esses mesmos ativos. Ou seja, a Whitestar, que pertence à Arrow Global, está a fazer a avaliação de ativos num concurso no qual a Carval, também da Arrow Global, aparece como interessada.
BE vai pedir informação na Comissão de Inquérito
E é esta informação que pode vir a ser relevante na Comissão de Inquérito ao Banif. “A Comissão de Inquérito pode pedir essa informação”, comenta ao SOL a deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua que, embora ressalvando “que a questão é sobretudo política”, entende relevante apurar todas estas ligações no âmbito do inquérito parlamentar.