“Não se esqueça do nosso aeroporto, lá em Lisboa”, repetiu um homem no primeiro momento em que Marcelo se desviou do percurso para o carro. Sem parecer dar pelos empurrões, inevitáveis quando se tem um batalhão de câmaras e fotógrafos à volta, o PR não abreviou a conversa com quem o interpelava. Foi o caso do diálogo com uma senhora que o conhecia há muitos anos e o tratou familiarmente por tu. A conversa, captada pelos microfones dos jornalistas, envolveu recordações de conhecimentos comuns e informações sobre uma troca de livros.
“Marcelo, Marcelo”, ouvia-se enquanto outra mulher em cima de um banco depois de abraçar o Presidente puxou a camisola de uma amiga para também ela dar dois beijos a Marcelo.
Na sessão da câmara do Porto, que abriu o programa deslocalizado do terceiro dia de cerimónias da tomada de posse, Marcelo tinha feito um elogio dos portuenses.
Marcelo começou por citar Alexandre Herculano – “Neste Porto em que rudeza e virtude são muitas vezes companheiras” —para pedir aos portuenses que jamais “troquem a sua liberdade, o seu rigor no trabalho, os seus gestos de luta e de coragem por qualquer promessa de sebastianismo político ou económico”.
No seu discurso, Marcelo explicou que a visita ao Porto era “simbólica” e que com ela também pretendia sublinhar as “virtudes nacionais num tempo atreito a desânimos, desilusões e desavenças“. O presidente da câmara do Porto, sentado a seu lado, pediu a Marcelo que se empenhasse na construção de um país “menos centralista”.
Depois da sessão na câmara e do entusiasmo popular no centro do Porto, Marcelo Rebelo de Sousa almoça com Rui Moreira. Segue-se uma visita ao bairro do Cerco, uma zona popular e desfavorecida da cidade, onde se prevê mais um banho de multidão.