A taxa de penetração do serviço fixo de telefone em Portugal atingiu, em 2015, 45,1 acessos principais por 100 habitantes, o que representa um aumento de 0,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Os dados foram avançados pela ANACOM e representa a taxa de penetração mais elevada desde que a entidade compila esta informação e decorre da expansão dos pacotes de serviços que incluem o serviço fixo.
No entanto, o tráfego de voz em minutos caiu 15% em 2015, para 6 462 milhões de minutos, acima da redução média dos últimos cinco anos. Para a quebra registada contribuiu sobretudo a diminuição do tráfego fixo-fixo e a substituição do telefone fixo pelo telemóvel na sequência do crescimento dos pacotes 4P e 5P que incluem serviços móveis e chamadas gratuitas para todas as redes.
A isto junta-se ainda o facto de estar a aumentar a penetração de novas formas de comunicação baseadas na Internet, através de operadores Over The Top (OTT). De facto, a percentagem de indivíduos que no início de 2015 efetuaram chamadas de voz ou vídeo pela internet em Portugal, através de OTT, foi de 37%, valor idêntico à média da UE 28.
Segundo a ANACOM, o crescimento da penetração do serviço resultou do aumento dos acessos suportados em redes de fibra ótica, de cabo e GSM/UMTS/LTE que já representam 41,8% do total de acessos, e que mais do que compensou a diminuição dos acessos analógicos e RDIS.
MEO perde quota de mercado
Em termos de quotas de mercado no tráfego de voz, a MEO quebrou pela primeira vez a barreira dos 50%, já que tinha 47,4% dos minutos de voz, contra 50,5% em 2014. A NOS tinha 33,2%, praticamente inalterada face ao ano anterior, e a Vodafone subiu a sua quota em 2,8 pontos, para 12,5%.
No final de 2015 existiam 3,86 milhões de clientes de telefone fixo em acesso direto, mais 2,9% que no ano anterior. A MEO tinha 46,3% desses clientes, contra 49,8% em 2014, seguindo-se a NOS com 36,6% dos clientes, contra 34,9% no ano anterior. A Vodafone foi o operador que mais clientes conquistou em termos líquidos e subiu a sua quota para 12,3%, valor que traduz uma subida de 2,7 pontos em termos homólogos.
No que diz respeito às receitas totais do serviço, que incluem as receitas individualizadas e as receitas de pacotes em que o serviço fixo está incluído (8 em cada 10 clientes do serviço fixo subscrevem pacotes de serviços), aumentaram 16,7% face a 2014, para 1,838 mil milhões de euros.