Passos até saiu em defesa da sua ex-ministra: “Acho que não devíamos criar casos onde não existe nenhum problema de incompatibilidade, nem nenhum problema de ética”, reagiu, dois dias depois de ser noticiada a contratação de Maria Luís Albuquerque pela Arrow Global, empresa que comprou dívida do Banif quando o banco era tutelado pelo Estado. Mas daí até integrá-la nos órgãos do PSD vai um grande passo. “Seria um risco desnecessário na medida em que se poderia virar contra a própria liderança”, resume um alto dirigente do PSD ao SOL.
A própria ex-ministra das Finanças também já terá dado sinais de que não espera agora subir de militante do partido, onde chegou antes das legislativas de 2011, a vice-presidente. Até por ter noção de ter sido atirada para a berlinda, causando desconforto no PSD. A subcomissão de Ética do Parlamento recolhe por estes dias informação para avaliar a ligação de Maria Luís à empresa para a qual começou a trabalhar esta semana. Paulo Rios Oliveira, do PSD, fará depois um relatório, a pedido da ex-ministra.
A expectativa é de que o relatório confirme que não existe qualquer problema de incompatibilidade, apurou o SOL. Mas o assunto não sairá da agenda, já que no final do mês arrancam as audições na comissão de inquérito do Banif, na qual será ouvida a ex-ministra e os novos patrões.
Passos vai mudar metade dos seis vice-presidentes?
Os nomes que vão integrar os órgãos do partido nos próximos dois anos estão na cabeça do líder do PSD, reeleito com 95% dos votos nas diretas de sábado. Nos bastidores, começa a ganhar força a tese de que dos seis vice-presidentes, três podem mudar. Há quem acredite que o líder do PSD possa ir buscar nomes ‘não passistas’, para assegurar o equilíbrio interno, agora que o partido está na oposição. José Eduardo Martins e Nuno Morais Sarmento figuram entre os ‘não passistas’ citados como hipóteses para a direção de Passos.
Afastada está Maria Luís. Mesmo que Passos, como já disse para estancar a polémica, a veja como “candidatável a qualquer lugar na política portuguesa ou num futuro Governo”.