Angola quer cortar na importação de alimentos básicos

O Governo angolano quer reduzir a dependência das receitas. E para isto quer cortar 3.500 milhões nas importações de alimentos básicos.

Estima-se que, em 2015, a importação de produtos alimentares tenha caído. Mas, ainda assim, ficou muito acima dos 3.5 mil milhões de euros. Um valor que representa o dobro quando comparado com os números de 2013.

Estes dados fazem parte da estratégia que o Governo deste país angolano realizou para fazer face à crise financeira provocada pela queda da cotação do petróleo que se somou a uma verdadeira crise cambial.

O documento, divulgado pela Lusa esta segunda-feira, mostra que a importação de produtos alimentares básicos aumentou nesta país cerca de 94% entre 2013 e 2014, num total anual de 3.982 milhões de dólares.

Produtos essenciais já estão em falta no mercado

A crise financeira e cambial que se faz sentir em Angola está a provocar também situações graves no abastecimento de produtos essenciais. Há vários produtos em falta nas superfícies comerciais, registando-se já situações de racionamento de artigos em alguns supermercados.

De acordo com o “Expansão”, a falta de produtos como os ovos, açúcar e arroz tem a ver com problemas de abastecimento que se têm acentuado com as dificuldades em importar produtos. Na origem do problema está mais uma vez a falta de divisas, que se deve à forte quebra do preço do petróleo nos mercados internacionais.

De acordo com a publicação, no mês passado, os produtos estavam a ser racionados para evitar tentativas de açambarcamento por parte de comerciantes que depois vendem nas ruas a preços muito mais elevados.

Com os bancos sem dólares e as empresas sem dinheiro para pagar a trabalhadores e fornecedores, o mercado informal apresenta-se como a única solução para quem está desesperado. Há quem pague metade do ordenado para conseguir trocar o vencimento para dólares e enviar para Portugal. Esta situação afigura-se como uma oportunidade para um grupo à margem da lei. Ganha quem consegue viajar e trocar dólares em Portugal, o que faz com que existam já as chamadas “mulas” de dólares.