Havia a expectativa de que o memorando fosse assinado já na reunião de ontem, mas ainda assim fontes envolvidas no processo garantem que foi dado mais um passo para a solução do problema e que na próxima semana haverá já um documento assinado entre as partes.
O que está previsto é um mecanismo conciliatório extrajudicial, que permita aos lesados do BES serem ressarcidos sem terem de recorrer a longos e dispendiosos processos nos tribunais. Algo que foi sempre uma das principais reivindicações desta associação, uma vez que muitos dos seus associados são idosos que temiam não chegar a ver o problema resolvido nos tribunais.
Inspirado na solução encontrada para ressarcir as vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios, este acordo deve definir um primeiro reembolso a alguns dos 2.084 subscritores de papel comercial de empresas do GES.
Aqueles em relação aos quais seja mais fácil comprovar o desconhecimento do risco deste investimento bem como aqueles que têm menos dinheiro nestas aplicações deverão ser aqueles que mais vão receber nestes reembolsos.
As negociações sobre os moldes e os montantes dos reembolsos ainda estão por definir, mas a associação já deixou claro que está de acordo com reembolsos progressivos – dos menores para os maiores investidores – e faseados ao longo do tempo.
Como o SOL noticiou no sábado, ainda está a ser definido quem deverá pagar esta fatura. Uma das hipóteses, admitida pela associação que representa os clientes, é a troca de papel comercial por acções com direitos especiais do Novo Banco. Outra solução poderia passar por ser o Fundo de Resolução da banca a assumir os custos, mas tanto o Novo Banco como o BES poderiam também ser responsabilizados pelos pagamentos.