Depois o aquecimento e aí os jogadores belgas subiram ao relvado com as camisolas de treino e uma mensagem: “Em memória de todas as vítimas – Bruxelas, 22.03.2016”, letras exibidas em tarja branca, a meio da camisola preta da seleção belga. E o encontro, que seria em Bruxelas e passou para Leiria (a Federação Portuguesa pagou 500 mil euros para que o jogo fosse disputado em Portugal), com a carga emocional toda associada, como António Costa o tratou, como “bastante mais do que um jogo de futebol”. A tribuna contou ainda com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Durante os hinos, a cerimónia foi feita com os jogadores das duas equipas entrelaçados e, juntos, respeitaram o minuto de silêncio, acompanhados pelo público com uma forte salva de palmas. No final da noite, o fim do medo, desse medo “que os terroristas quereriam”. Depois foi tempo de despir a camisola e as frases. Sobraram os sentimentos e uma seleção belga de peito feito, é a líder do ranking FIFA.
Foi um momento de solidariedade para com o povo belga, depois dos atentados sofridos em Bruxelas na semana passada, com a morte de 35 pessoas, um “atentado que vitimou de uma forma tão horrenda e que nos atingiu a todos”, nas palavras do primeiro-ministro. Não foi contra a Bélgica, mas contra a Europa – “essa ameaça sem fronteiras” – e por isso ontem, em Leiria o que se viu foi um “gesto de solidariedade neste momento de dor”.
O selecionador belga, Marc Wilmots, puxou pela dor dos seus jogadores. “O nosso país está em choque, mas vamos ter os nossos rapazes a jogar o máximo”. Foi o que fizeram.
Houve, bem cedo, um golo de Nani, mas a maior vitória seria sempre “sobre os terroristas”. Para a vida poder seguir a sua normalidade e a liberdade de poder haver jogo. O 2-0 de Ronaldo veio antes do intervalo, com um cruzamento de João Mário. A Bélgica ainda reduziu (Lukaku), mas a noite estava ganha. E não foi por Portugal.